Acesse o currículo da Dra. Marcela Cypel e conheça mais sobre suas experiências na area da oftalmologia.
A retinopatia diabética é uma das complicações do Diabetes Mellitus (DM) que acomete o olho, decorrente de alterações circulatórias como má perfusão e ou incompetência da parede, em especial, dos pequenos vasos (capilares).
No Brasil, estima-se que metade dos portadores de diabetes apresente retinopatia diabética, sendo responsável por 4,6% das deficiências visuais e 7,5% das causas de incapacidade de adultos para o trabalho.
A melhor forma de evitar a retinopatia diabética e suas manifestações mais agressivas é através de um bom controle do diabetes. Bom controle glicêmico desde o início da doença e não após apresentar complicações sistêmicas secundárias.
É frequente o paciente vir ao oftalmologista já no momento em que necessita de um tratamento o que logicamente pode ser feito, mas estaremos correndo atrás de um processo que já tem um estímulo crônico anterior, ou seja, controlar os níveis glicêmicos a partir deste ponto irá ajudar muito menos do que se tivessem sido rigorosamente controlados nos anos anteriores. O DM é uma doença de acometimento lento e progressivo muitas vezes silencioso e por isso requer cuidados.
A retinopatia diabética pode acometer tanto pessoas com Diabetes do Tipo I como do Tipo II, praticamente, todos os pacientes depois de cerca de 20 a 30 anos do início da Diabetes apresentam alguma alteração na retina. Trabalhos mostram que também existe um fator genético predisponente que favorece o aparecimento de maiores complicações sendo o meio hiperglicêmico crônico o fator desencadeante para o aparecimento das alterações.
Atualmente a retinopatia diabética é classificada como proliferativa ou não proliferativa podendo qualquer uma destas duas formas ser acompanhada do edema macular (existem subtipos dentro da classificação). Normalmente o seu aparecimento ocorre em diversos níveis de gravidade: desde pequenos sinais identificados no exame de fundo do olho sem sintomas visuais até sinais floridos na retina vistos no exame de fundo do olho acompanhado de sintomas visuais, como baixa visão e ou objetos tordos ou borrados e ou manchas escuras no campo de visão.
O acompanhamento oftalmológico incluindo o mapeamento da retina (exame do fundo do olho) é realizado sob dilatação pupilar e deve ser feito 1 vez por ano tanto para "DM tipo I" como para o "tipo II' se o paciente bem controlado sistemicamente, com os níveis glicêmicos estáveis, com alterações no fundo do olho (retina) sem grande significância e ou risco.
Caso contrário o oftalmologista irá orientar o paciente a regressar em períodos menores para reavaliação, em alguns casos pode-se fazer acompanhamentos semestrais, trimestrais ou até mensais.
Exames complementares como a angiofluoresceinografia (exame com uso de contraste intravenoso) ou a tomografia de coerência óptica permitem identificar ou acompanhar detalhadamente a retinopatia.
O tratamento da retinopatia diabética quando necessário inclui aplicação de laser na retina ou injeção de medicações intraoculares, os quais, na maioria dos casos necessitam ser realizados mais de uma vez.