Oftamologia

O Poder das "Idades"

10/09/2017


Saiu na Mídia: Entrevista Dra. Marcela Cypel

É sempre bom pensar na passagem do tempo e no assunto do envelhecimento sob outro ponto de vista, chamando a atenção para uma questão importante que talvez nos traga melhorias: potencializar a intergeracionalidade.

Estamos na era da informação, da tecnologia, a “era digital”. Usufruímos da inteligência artificial, vivemos a internet das coisas, sendo o celular nosso principal “device”. Muitas são as inovações, facilidades e ganhos na agilidade da comunicação. Falamos na disrupção do trabalho e da provável extinção, nos próximos anos, de algumas profissões hoje existentes.

Por outro lado, do ponto de vista geológico, o que determina a passagem para uma nova era é quando muitos animais e plantas são extintos em um curto espaço de tempo; estudiosos de Stanford afirmam que “estamos vivendo a sexta grande extinção”. Alguns cientistas denominaram essa era de Antropoceno ou “Era da Humanidade” e argumentaram que tantas formas de vida não desapareciam assim tão rápido desde o fim da era dos dinossauros. Segundo alguns ecologistas, “a humanidade está serrando o galho em que está sentada”. Uma humanidade repleta de diferentes gerações, cada uma com suas características, formas de funcionamento e interesses.

Temos a geração Z (nascidos ao redor de 1995) chegando ao mercado de trabalho, jovens criativos, exigentes e questionadores; muitos autodidatas que não gostam de hierarquias nem de horários fixos. Querem tudo para agora, estar on-line ou off-line não faz diferença, pois tudo se mistura numa mesma realidade, uma geração que não conhece o mundo sem internet.

Já no mercado de trabalho há algum tempo e com idade ao redor dos 60 anos está a geração X (nascidos entre o fim de 1960 e 1970), é a geração pós-“Baby Boomers”, que aceitam normas de trabalho e estabeleceram com ele uma relação intensa, tiveram que encarar um futuro incerto e hostil. No caso do Brasil, viveram o fim da ditadura e as “diretas já”.

No meio das gerações descritas vem a geração Y (nascidos após 1970 e até 1990), hoje representantes de mais de 20% da população global. Uma geração que cresceu com maiores facilidades do que seus pais da geração X. A geração Y pegou o início da globalização, fazem tarefas múltiplas e lutaram por salários ambiciosos desde cedo; jovens que trocam e trocarão de emprego com frequência em busca de oportunidades que ofereçam maiores desafios e crescimento profissional.

As nomenclaturas e descrições usadas podem agradar ou não, mas aproximam-se bem da realidade e são um retrato da humanidade presente nesta “Nova Era”. A importância em se pensar no assunto está no fato de que nós, nossos pais ou nossos filhos e netos estamos pessoalmente e profissionalmente nos relacionando nesse contexto.

A complexidade aumenta se somarmos ao quadro descrito o significativo aumento mundial da população idosa. Hoje, 13% da população mundial tem mais de 60 anos, em 2050 serão cerca de 21% (mais de 2 bilhões) de idosos. No Brasil, ao redor de 10% da população (20 milhões) está acima de 60 anos, aumentando para mais de 29% da população (65 milhões) em 2050. Idosos estes com um perfil ativo, usuários de computador, que trabalham, namoram e buscam um envelhecimento saudável. Idosos inseridos na sociedade ou que nela pretendem estar encaixados de forma funcional e participativa.

Faz-se necessário um olhar além da visão 20/20 que buscamos em nossos consultórios. Não é apenas para os nossos pacientes com mais de 60 anos que devemos olhar, mas para nós. Podemos fazer parte de qualquer uma das gerações descritas acima, mas não escaparemos de estar cada vez mais inseridos num país que em 14 anos terá uma população idosa maior que a população de jovens. Serão bilhões de idosos no mundo coabitando com as gerações X, Y e Z.

Novas técnicas de cirurgia, novos insights para medicamentos na indústria farmacêutica ou até novas sugestões de funcionamento nos serviços acadêmicos talvez venham dos mais jovens, mas nada disso deveria competir com a experiência vivida pelos médicos mais velhos no dia a dia, examinando e operando pacientes. Se por um lado os jovens imersos na tecnologia digital são bons na resolução de problemas, superando, em alguns casos, seus professores de mais idade, por outro lhes faltam a experiência e a capacidade de ponderações mais profundas que as gerações mais experientes costumam ter. Se na medicina buscamos a translacionalidade, a interdisciplinaridade para podermos oferecer o melhor a nossos pacientes, por que não aplicar também a nossa prática médica à intergeracionalidade sem barreiras? Valorizando as vivências dos mais experientes, mas também dando espaço à audácia dos mais novos. Se as grandes instituições de ensino estão repensando a melhor forma de ensinar e de aprender, talvez misturar as gerações potencialize os ganhos.

No dia a dia de consultório já mesclamos técnicas antigas com novas. Um bom exame clínico oftalmológico e uma boa anamnese ainda superam qualquer máquina no quesito relação médico-paciente, porém a tecnologia dos exames complementares e a agilidade em obtenção de seus resultados permitem, sem dúvida, uma melhoria no atendimento. Essa sinergia pode ser estimulada, por exemplo, compondo-se um corpo clínico de atendimento com médicos de diferentes gerações ou atendentes com diferentes idades e, portanto, com posturas e visões diferentes e que se somam.

Pode parecer clichê, mas na “era atual” precisamos sim de cada geração contribuindo com o seu melhor e não fragmentando os médicos mais experientes de um lado e os jovens de outro. Um jovem provavelmente terá o seu avô vivo, trabalhando e pensando e poderá inclusive usufruir dessa convivência para trazer um novo olhar para seu paciente. Possivelmente serão jovens da geração Z que irão trazer soluções para melhorar a qualidade de vida dos que estão envelhecendo, permitindo que sexagenários, septuagenários e longevos estejam ativos e inseridos na sociedade. No entanto, a sabedoria e o conhecimento sedimentados estão mais concentrados na geração X, enquanto a geração Y também detém experiência e é boa em mediação.

De nada valem as inovações se elas não puderem ser colocadas em prática e difundidas. Antigamente as relações respeitavam certas hierarquias e prezavam pelas conversas, estudos e reflexões profundas. Já hoje ganharam em agilidade, mas perderam em complexidade. Precisamos de um equilíbrio, em que a expertise dos mais velhos colaborará para que as relações não se percam em “emojis” e “likes”.

Desta forma, debater se quem tem mais de 60 anos deve ser chamado de velho ou na “melhor idade” não é inovador. Também não agrega muito ter na sua empresa ou no seu consultório um time formado basicamente por jovens. Já disseram muitos pensadores que a beleza e o poder do pensamento estão na diversidade.

Extrapolando esses valores, inclusive no meio médico, não terá maior poder de atender seus pacientes e superar as dificuldades atuais e as que estão por vir quem tiver um time de profissionais mais completo? Para que possamos deixar um legado positivo e deixar uma geração viva para contar a história às próximas, proponho que pensemos mais sobre o assunto. Não só constatando os fatos, mas compreendendo e apreendendo o contexto, estimulando nossas qualidades e contornando nossos defeitos, individuais e de gerações e buscando, assim, atender melhor nossos pacientes e agregar intelectualmente para nossa profissão.

Fonte:
http://www.universovisual.com.br/oftalmogeriatria/2897/

** As informações acima colocadas tem caráter apenas informativo; não devendo ser generalizado para todo paciente e não dispensando o exame médico oftalmológico para diagnóstico e orientação do tratamento a ser realizada em cada caso.





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